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Defesa de Dissertação de Mestrado – Micael Kukla Ramos
Publicado em 24/03/2025 às 11:22No dia 19/03/2025, o pesquisador Micael Kukla Ramos realizou a defesa de sua dissertação de mestrado, intitulada “Síntese e Caracterização da Poli(N-Acriloíla Ácido Aspártico-Co-Anidrido Maleico) como Inibidor de Precipitação de Carbonato de Cálcio para Aplicações na Indústria Petrolífera”, sob a orientação do Prof. Dr. Pedro Henrique Hermes de Araújo, Prof.ª Dr.ª Claudia Sayer e Prof.ª Dr.ª Tamara Agner Miguez.
A seguir, apresentamos o resumo desta pesquisa.
“Ao longo das últimas décadas, devido ao aparecimento da recuperação terciária de petróleo ou recuperação avançada de petróleo, junto com o amadurecimento dos poços e a grande representatividade de explorações offshore, existe uma preocupação crescente com a precipitação de sais. A precipitação de sais de cálcio e outros sais da água produzida, especialmente nos casos nos quais há a mistura com a água do mar, pode causar danos aos equipamentos e reduzir a produtividade ao selar poros da formação.
No entanto, os inibidores de precipitação mais comumente utilizados são compostos com fosfatos, conhecidamente tóxicos e danosos à formação e ao meio ambiente. Por essa razão, a indústria petrolífera está voltando a sua atenção a soluções mais amigáveis ao meio ambiente, os inibidores verdes. Por outro lado, muitos inibidores verdes enfrentam algumas limitações que podem comprometer sua aplicação, como baixa eficiência de inibição. Neste contexto, inibidores baseados em anidrido maleico e ácido aspártico têm demonstrado resultados promissores devido à presença de grupos carboxílicos em sua estrutura, que atuam na inibição da precipitação.
Neste trabalho, foi sintetizado e caracterizado um novo copolímero de anidrido maleico e N-acriloíla-ácido aspártico, com o objetivo de avaliar sua eficiência como inibidor de precipitação de carbonato de cálcio.
Os resultados mostraram que tanto o homopolímero de anidrido maleico quanto o copolímero de N-acriloíla-ácido aspártico e anidrido maleico apresentam excelente eficiência inibitória, atingindo até 94% e 100% de inibição, em concentrações de 250 ppm e 325 ppm, respectivamente. Além disso, foi possível observar que a presença desses inibidores na solução interferiu significativamente na morfologia dos cristais precipitados. A caracterização por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e difração de raios X (DRX) indicou a formação de vaterita e aragonita, polimorfos menos estáveis do carbonato de cálcio, ao invés da calcita, que é a forma mais compacta e aderente. Esses resultados reforçam o potencial dos polímeros desenvolvidos como uma alternativa eficiente e ambientalmente amigável para aplicações na indústria petrolífera.”
Parabéns ao pesquisador Micael Kukla Ramos pela bem-sucedida defesa de sua dissertação de mestrado!
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Defesa de Tese de Doutorado – Heloísa Bremm Madalosso
Publicado em 24/03/2025 às 11:10No dia 18/03/2025, a pesquisadora Heloísa Bremm Madalosso realizou a defesa de sua tese de doutorado, intitulada “From Biomedical Applications to Cell Mimicking in Synthetic Biology Systems: unveiling the potential combination of polymers and biomolecules”, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Claudia Sayer, Prof. Dr. Pedro Henrique Hermes de Araújo e Prof.ª Dr.ª Camila Guindani.
A seguir, apresentamos o resumo desta pesquisa.
“A integração da química de polímeros e da bioquímica tornou-se um ponto focal no avanço dos biomateriais para aplicações biomédicas. Os polímeros sintéticos têm sido amplamente investigados como blocos de construção para o desenvolvimento de biomateriais voltados para engenharia de tecidos, nanocarregadores para entrega específica e direcionada, e para a montagem de protocélulas sintéticas, como polimerossomas e coacervados. Na biologia sintética, protocélulas derivadas de polímeros têm inspirado aplicações biotecnológicas e biomédicas. Os polímeros sintéticos surgiram como ferramentas valiosas para mimetizar o comportamento de componentes biológicos.
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Artigo 2: Nióbio se destaca como aliado contra a corrosão e impulsiona nova geração de tintas anticorrosivas
Publicado em 20/03/2025 às 14:49Esse artigo foi desenvolvido pela Dr.a Leticia Alves da Costa Laqua e a Dr.a Karina Andrade, resultante de uma parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina e a Anjo Tintas.
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A proteção anticorrosiva do nióbio tem sido estudada devido às suas propriedades únicas, como alta resistência à corrosão, estabilidade química e capacidade de formar óxidos protetores. O uso do nióbio em tintas anticorrosivas se dá principalmente como inibidor de corrosão e como modificador de pigmentos e cargas.
Mecanismo de proteção anticorrosiva
O nióbio atua na proteção anticorrosiva por diferentes mecanismos:
i. Formação de filmes protetores de óxidos
O nióbio forma espontaneamente uma camada passiva de óxido de nióbio (Nb₂O₅) quando exposto ao oxigênio ou a meios agressivos. Essa camada é aderente, densa e estável, criando uma barreira contra a penetração de agentes corrosivos (O₂, H₂O, Cl⁻). O Nb₂O₅ tem características semicondutoras, podendo atuar no bloqueio da corrosão por impedância elétrica.
4Nb + 5O₂ → 2 Nb₂ O₅
ii. Inibição da reação de corrosão
Inibição Anódica: O nióbio compete com o ferro e outros metais na oxidação, formando óxidos protetores antes que o substrato sofra corrosão. Ele reduz a dissolução do metal base, dificultando a liberação de íons metálicos na solução corrosiva.
Inibição Catódica: A camada de Nb₂O₅ pode reduzir a taxa da reação catódica, dificultando a formação de hidrogênio ou a redução de oxigênio. Esse efeito diminui a cinética do processo corrosivo, prolongando a vida útil do metal protegido.
iii. Modificação da estrutura dos pigmentos: Melhoria da adesão e barreira mecânica: O Nb₂O₅ pode aumentar a coesão da tinta, reduzindo a permeabilidade a agentes corrosivos. Isso cria uma barreira mecânica contra a infiltração de umidade e íons agressivos. Sinergia com outros inibidores: O nióbio pode substituir ou potencializar a ação de inibidores como o fosfato de zinco, melhorando a proteção a longo prazo. Sua presença reduz a necessidade de compostos tóxicos, como os cromatos (Cr⁶⁺).
Em resumo, o mecanismo anticorrosivo do nióbio se dá principalmente pela formação de um filme passivante estável, que bloqueia a penetração de agentes corrosivos e reduz a velocidade das reações eletroquímicas da corrosão. Além disso, a incorporação do nióbio em tintas anticorrosivas melhora a resistência do revestimento e prolonga a proteção contra corrosão, tornando-se uma alternativa promissora para aplicações industriais.
Como o nióbio melhora tintas anticorrosivas: 4 pontos essenciais.
A incorporação do nióbio em tintas anticorrosivas apresenta várias vantagens:
- Aumento da Durabilidade: Reduz a taxa de corrosão e prolonga a vida útil de estruturas metálicas.
- Proteção em Ambientes Severo: Ideal para setores como petróleo e gás, naval, infraestrutura e aeroespacial.
- Alternativa Sustentável: Pode substituir ou reduzir o uso de cromatos (Cr⁶⁺), que são altamente tóxicos.
- Melhoria na Aderência e Resistência Mecânica: A presença do nióbio pode otimizar as propriedades físico-químicas das tintas.
“A utilização do nióbio em formulações de tintas anticorrosivas representa um avanço tecnológico, trazendo benefícios ambientais e econômicos ao melhorar a proteção contra corrosão em metais expostos a ambientes agressivos.” afirmam a Dra. Leticia Alves da Costa Laqua e a Dra. Karina Luzia Andrade da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
Acesse o artigo complelto em: https://www.linkedin.com/pulse/ni%C3%B3bio-se-destaca-como-aliado-contra-corros%C3%A3o-e-impulsiona-ykqqe/?trackingId=%2Bl2fb8Ka3kIq%2FdmQQ3QOCQ%3D%3D
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Artigo 1: A nanotecnologia abre novos caminhos no desenvolvimento de tintas funcionais
Publicado em 14/03/2025 às 14:11Esse artigo foi desenvolvido pela Dr.a Leticia Alves da Costa Laqua e a Dr.a Karina Andrade, resultante de uma parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina e a Anjo Tintas.
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A nanotecnologia é um campo interdisciplinar que envolve manipulação e controle de materiais em escala nanométrica, ou seja, em uma escala extremamente pequena, medida na ordem de nanômetros. Na escala nanométrica, as propriedades físicas e químicas dos materiais podem se tornar diferentes daquelas observadas em escalas maiores. Na nanotcnologia é possível a manipulação de materiais em nível atômico e molecular, abrindo caminho para a criação de novos materiais, dispositivos e sistemas com propriedades únicas e melhorias significativas em diversas áreas, como eletrônica, medicina, energia, materiais, entre outras.
Essa tecnologia possui inúmeras aplicações, incluindo a produção de materiais mais leves e resistentes, além de diversas outras inovações. Na indústria de tintas, ela tem proporcionado avanços notáveis, culminando em produtos com propriedades aprimoradas e funcionalidades inéditas. A incorporação de nanopartículas nas formulações permite a alteração de características como durabilidade, resistência, aderência e transparência, entre outras. D
O nióbio tem uma história de dois séculos e, há meio século, suas principais reservas foram localizadas.
O nióbio (Nb) é um elemento de número atômico 41, pertencente à classe dos metais de transição do grupo 5 da tabela periódica. Este minério foi identificado em 1801 por Charles Hatchett, que o nomeou colúmbio. No entanto, ele não foi reconhecido corretamente como um elemento distinto até 1844, quando Heinrich Rose o renomeou como nióbio. A duplicidade do nome perdurou até 1950, ano em que a IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry) definiu oficialmente o nome nióbio para o metal de transição.
Historicamente, a columbita-tantalita [(Fe,Mn)(Nb,Ta)₂O₆] foi uma das fontes de nióbio, mas hoje a principal fonte comercial é o pirocloro [(Na,Ca)₂Nb₂O₆(OH,F)], encontrado em grande quantidade no Brasil. Três anos após a oficialização do nome nióbio pela IUPAC, o geólogo Djalma Guimarães encontrou os primeiros cristais de pandaíta no município de Araxá, em Minas Gerais. Tal fato levou à descoberta das jazidas de pirocloro [(Na,Ca)2Nb2O6(OH,F)] e, consequentemente, a mudança radical nos preços de nióbio no mercado mundial, que antes era extraído em minerais menos comuns como a columbita e tantalita.
O pirocloro é o principal mineral de onde se extrai o nióbio, encontrado em rochas ígneas no Brasil, especialmente em Araxá (MG) e Catalão (GO). Composto principalmente por óxido de nióbio (Nb₂O₅), é processado por britagem, moagem e tratamento químico para obter nióbio metálico ou ferro-nióbio, usado na indústria siderúrgica e de supercondutores. Já a columbita-tantalita é mais relevante para a extração de tântalo, utilizado na indústria eletrônica. Embora também contenha nióbio, o pirocloro é mais eficiente e econômico para sua produção, sendo amplamente utilizado nas ligas metálicas para a indústria siderúrgica.
Onde encontramos o Nióbio?
Brasil – Líder absoluto, responsável por cerca de 90% da produção global.
Os três principais países produtores de nióbio no mundo são:
- Brasil – Líder absoluto, responsável por cerca de 90% da produção global. As principais minas estão em Araxá (MG), Catalão (GO) e São Gabriel da Cachoeira (AM).
- Canadá – Produz cerca de 8% a 10% do nióbio mundial. A principal operação está localizada na mina Niobec, em Quebec, operada pela Magris Resources.
- Austrália – Responsável por uma parcela pequena da produção global, ainda em desenvolvimento. Há reservas conhecidas, mas a exploração comercial ainda não é tão significativa.
Em suma, no Brasil, o nióbio é encontrado predominantemente na forma do mineral pirocloro, sendo este a principal fonte comercial de nióbio no país, especialmente nas grandes jazidas de Araxá (MG) e Catalão (GO). Já a columbita-tantalita (ou coltan), que contém nióbio e tântalo, ocorre em menor quantidade no Brasil e é mais comum em depósitos da África. O nióbio extraído da columbita-tantalita não é tão relevante economicamente para o Brasil quanto o proveniente do pirocloro.
Polivalente, o nióbio oferece amplas possibilidades de inovação em diversas indústrias.
“O nióbio é um metal estratégico, essencial para diversas indústrias devido às suas propriedades inovadoras e sustentáveis.” afirmam a Dr.a Leticia Alves da Costa Laqua e a Dr.a Karina Luzia Andrade da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
- Indústria Siderúrgica;
- Aeroespacial e Defesa;
- Eletrônica e Supercondutores;
- Energias Renováveis;
- Indústria de Tintas.
Pesquisas recentes indicam que o nióbio pode ser um material promissor para a indústria de tintas, especialmente devido às suas propriedades anticorrosivas e fotocatalíticas. No entanto, seu uso ainda está em fase de desenvolvimento e validação para aplicações comerciais em larga escala. O uso de óxidos e nanopartículas de nióbio nas formulações de tintas e vernizes pode trazer benefícios como:
i. Aumento da durabilidade e resistência;
ii. Propriedades fotocatalíticas e autolimpantes;
iii. Melhoria na condutividade elétrica e térmica;
iv. Sustentabilidade e eficiência energética;
O nióbio é um metal estratégico, essencial para diversas indústrias devido às suas propriedades inovadoras e sustentáveis.
Acesse o artigo complelto em: https://www.linkedin.com/pulse/nanotecnologia-abre-novos-caminhos-desenvolvimento-de-tintas-jg87f/?trackingId=j88JZpCqW4BnGh3HeiUdcQ%3D%3D
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Lançamento das Primeiras Tintas com nanotecnologia do Nióbio: NanoPower Nióbio
Publicado em 04/02/2025 às 15:16A parceria entre o LCP e a Anjo Tintas está mais uma vez trazendo inovação para o mercado! Com as tecnologias Techpoxi e TechThane, essa colaboração reforça o compromisso com o desenvolvimento de produtos de alta performance. Mais uma vez, pesquisa e indústria se unem para criar soluções mais duráveis, resistentes e sustentáveis, elevando o padrão do setor de revestimentos.
O Techpoxi é um sistema epóxi de alta resistência, ideal para aplicações industriais que exigem durabilidade e proteção química. Já o TechThane é um poliuretano de alto desempenho, garantindo excelente acabamento, resistência mecânica e proteção contra intempéries.
Com a dedicação das pesquisadoras Dra. Letícia Laqua e Dra. Karina Andrade, sob coordenação do Prof. Dr. Ricardo Machado, nosso laboratório especializado em pesquisa e desenvolvimento une conhecimento acadêmico e expertise técnica para criar produtos inovadores que atendam às necessidades do mercado.
Essa parceria reafirma nosso compromisso com a inovação e excelência na indústria de tintas e revestimentos.
🔍 Quer saber mais? Confira o vídeo a seguir e entenda todos os detalhes! 🎥👇
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Defesa de Dissertação de Mestrado – José Estevão André Mendonça
Publicado em 04/02/2025 às 15:08No dia 11/12/2024, o pesquisador José Estevão André Mendonça realizou a defesa de sua tese de doutorado, intitulada “Corn COB Pretreatment Strategies to Obtain Fermentable Sugars”, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Claudia Sayer, Prof.ª Dr.ª Débora de Oliveira e Dr. Maikon Kelbert.
A seguir, apresentamos o resumo desta pesquisa.
“Devido ao crescimento populacional e à demanda por energia, a busca por processos sustentáveis torna o uso de recursos renováveis essencial. Resíduos de culturas agroindustriais e materiais lignocelulósicos são alternativas promissoras, pois são matérias-primas abundantes, sustentáveis e de baixo custo, adequadas para a produção de ração animal, biocombustíveis e insumos para biorrefinarias. O milho se destaca nesse contexto, sendo o Brasil o terceiro maior produtor mundial. Resíduos como o sabugo de milho, rico em celulose e hemicelulose, apresentam potencial para a produção de biocombustíveis, desde que passem por pré-tratamentos para a liberação de seus principais componentes. Esses pré-tratamentos podem ser físicos, químicos, físico-químicos ou biológicos, dependendo do produto desejado.
Este estudo avaliou a degradação estrutural do sabugo de milho e a liberação de celulose e hemicelulose utilizando plasma não térmico e pré-tratamento hidrotérmico, com foco em biorrefinarias. O sabugo foi caracterizado de acordo com o protocolo do National Renewable Energy Laboratory (NREL). O pré-tratamento por plasma foi realizado em um reator de quartzo, com eletrodos conectados a uma fonte de 17 kV, 220 V e corrente alternada de 30 mA. Os tamanhos de partículas selecionados foram X ≤ 0,6 mm, 0,6 ≤ X ≤ 0,85 mm e X ≥ 1 mm, com uma razão líquido-sólido (RLS) de 20:1 e tempos de exposição de 5 a 60 minutos. O pré-tratamento hidrotérmico utilizou um reator de 450 mL, com RLS de 8:1, operando a 205 ºC e agitação de 500 rpm. Ambas as amostras foram submetidas à hidrólise enzimática, e o hidrolisado do pré-tratamento hidrotérmico foi fermentado.
A composição química do sabugo de milho antes do pré-tratamento revelou 31,92 % de celulose, 22,80 % de hemicelulose, 25,10 % de lignina e 8,5 g/L de açúcares. Após o pré-tratamento com plasma, os teores foram 25,53 % de celulose, 21,22 % de hemicelulose, 26,18 % de lignina e 8,60 g/L de açúcares. O pré-tratamento hidrotérmico resultou em 47,28 % de celulose, 3,87 % de hemicelulose, 44,14 % de lignina e 41,75 g/L de açúcares. Os resultados indicam que o pré-tratamento hidrotérmico é promissor para a produção de açúcares fermentáveis, enquanto o uso do plasma requer estudos adicionais.”
Parabéns ao pesquisador José Estevão André Mendonça pela bem-sucedida defesa de sua dissertação de mestrado!
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Defesa de Tese de Doutorado – Thaíris Karoline Silva Laurintino
Publicado em 04/02/2025 às 15:02No dia 22/11/2024, a pesquisadora Thaíris Karoline Silva Laurintino realizou a defesa de sua tese de
doutorado, intitulada “Supercritical Extraction of Costus spicatus Leafs Combined with Ultrasound Pretreatment: experimentation and modeling”, sob a orientação do Prof. Dr. Marintho Bastos Quadri e Prof. Dr. Ariovaldo Bolzan.
A seguir, apresentamos o resumo desta pesquisa.
“Plantas medicinais, como o Costus spicatus, são uma fonte promissora para o isolamento do ácido linolênico, precursor do ômega-3. Esta tese aplica técnicas de extração de baixa pressão (LPE: MAC, UAE, SOX) e alta pressão (SFE, UAE+SFE) para avaliar seu impacto em vários aspectos: rendimento, composição química, propriedades biológicas (como citotoxicidade, redução de óxido nítrico, conteúdo de flavonoides, fenólicos totais, atividade antioxidante, antimicrobiana e antiviral contra HSV-1) e características físico-químicas (incluindo micrografia eletrônica de varredura, estrutura microscópica, estabilidade acelerada e termoestabilidade). Também investiga os efeitos da combinação UAE+SFE no processo de SFE, com o objetivo de otimizar o rendimento e o perfil químico utilizando o Delineamento Composto Central. Para complementar, foram desenvolvidos dois modelos no COMSOL Multiphysics®: I – dinâmico (SFE) e II – batelada (UAE), para investigar os efeitos da pressão (8-20 MPa), temperatura (36-64 °C) e concentração de co-solvente no SFE (0-20% EtOH) e analisar os parâmetros que influenciam na extração os compostos ácido linolênico, ácido palmítico e friedelin.
O perfil químico foi determinado por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (GC/MS). Nas extrações foram utilizados como solventes etanol, água e uma mistura de etanol: água (50% v/v). Na UAE, foram avaliadas diferentes condições, como ponteira, amplitude da sonificação, tempo e tipo de solvente, sendo o maior rendimento (8.59%) alcançado com macroponteira, 70% de amplitude e 1 min de extração. A composição química variou conforme o solvente, sendo o EtOH o que revelou mais compostos.
A combinação UAE+SFE não apenas aumentou o rendimento (6.97%), mas também a seletividade do ácido linolênico, atingindo 62.52% em 60 °C/11 MPa/5 % EtOH. O extrato UAE+SFE mostrou forte atividade antimicrobiana comparado ao SFE. LPE e UAE+SFE não reduziram a viabilidade celular a 100 μg mL-1. UAE+SFE inibiu o óxido nítrico em mais de 90% nas concentrações de 30 a 300 μg mL-1. O extrato com EtOH mostrou altos níveis de flavonoides (150.38–1328.73 mg GAE g-1), e UAE+SFE melhorou a recuperação desses compostos comparados ao SFE isolado. A atividade antioxidante foi maior com ABTS, e todos os extratos exibiram atividade antibacteriana contra B. cereus. UAE+SFE também foi mais eficaz contra HSV-1.
A análise MEV mostrou que a amostra tratada com UAE+SFE apresentava microfissuras densas nas estruturas do tecido, e a microscopia confocal confirmou autofluorescência, evidenciando maior eficiência na extração de gotículas lipídicas. O extrato UAE+SFE mostrou estabilidade térmica em análises TG e DTG.
Nas simulações, o modelo I indicou que o rendimento, coeficiente de transferência de massa (hD,i) e coeficiente de difusão na partícula (Dpe,i) aumentam com pressão, temperatura e concentração de etanol, enquanto o coeficiente de transferência de massa no fluido (DF,i) diminui. O modelo II evidenciou que o tratamento ultrassônico melhorou o rendimento e kD,i para todos os compostos. Assim, a modelagem permite melhor discernir os mecanismos intervenientes na obtenção de compostos bioativos, que são promissores para as indústrias cosmética, farmacêutica e alimentícia.”
Parabéns a pesquisadora Thaíris Karoline Silva Laurintino pela bem-sucedida defesa de sua tese de doutorado!
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Defesa de Tese de Doutorado – Dioney Neves
Publicado em 19/09/2024 às 09:58No dia 13/09/2024, o pesquisador Dioney Neves realizou a defesa de sua tese de doutorado, intitulada “Biomedical Polyurethane/Polycaprolactone Carried with Ozonized Sun Flower Oil Wound Dressing for Infected Drug Delivery Systems”, sob a orientação do Prof. Dr. Ricardo Antonio Francisco Machado.
A seguir, apresentamos o resumo desta pesquisa.
“Nos últimos anos, a eletrofiação tornou-se uma técnica de intensa pesquisa para projetar e fabricar estruturas biomédicas, como engenharia de tecidos, sistemas de liberação de fármacos (Drug delivery systems – DDS) e curativos para feridas, com um crescente fator de desenvolvimento de um processo de eletrofiação eficiente, estável e versátil. Durante esse período, uma grande variedade de DDS com polímeros eletrofiados e diferentes ingredientes ativos foi desenvolvida. Muitos fatores intrínsecos e extrínsecos influenciam o sistema final, sendo que alguns podem ser atribuídos à configuração do equipamento e outros às propriedades físico-químicas dos materiais usados na fabricação dos DDS.
Estruturas de poliuretano de base biológica/poli(Ɛ-caprolactona) (PU/PCL) com várias concentrações de PCL foram eletrofiadas para avaliar as propriedades mecânicas das estruturas híbridas de PU/PCL. Estruturas de PU/PCL com duas concentrações diferentes de óleo de girassol ozonizado (PU/PCL/SFO) foram eletrofiadas e avaliadas para aplicação em curativos para feridas. O óleo de girassol ozonizado é um agente terapêutico estabelecido e nutracêutico, com vários valores terapêuticos, incluindo atividade antialérgica, dermoprotetora e antimicrobiana de amplo espectro. Essas estruturas híbridas demonstraram melhoras nas propriedades mecânicas do PU com o PCL, sendo promissoras para algumas aplicações em curativos, sistemas de liberação de fármacos, adesão e proliferação celular.
A avaliação morfológica demonstrou a formação de fibras em escala nanométrica, com superfície lisa, sem defeitos e com a presença de pontos de cruzamento. A amostra com maior potencial de aplicação em lesões cutâneas foi designada como PU/PCL/SFO com concentrações de 16:39:45 (% p/p) respectivamente (amostra eletrofiada PU/PCL/SFO2). O espectro de FTIR confirmou todas as características das bandas de PCL, PU e SFO.”
Parabéns ao pesquisador Dioney Neves pela bem-sucedida defesa de sua tese de doutorado!
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Defesa de Tese de Doutorado – Juliana da Silva Zanatta
Publicado em 20/06/2024 às 21:29No dia 14/06/2024, a pesquisadora Juliana da Silva Zanatta realizou a defesa de sua tese de doutorado, intitulada “Polimerização via Radicais Livres de Monômeros Derivados de Recursos Renováveis: β-mirceno e ácido 10-undecenoico”, sob a orientação do Prof. Dr. Pedro Henrique Hermes de Araújo, Prof.ª Dr.ª Claudia Sayer e a Dr.ª Tamara Agner Miguez.
A seguir, apresentamos o resumo desta pesquisa.
“Materiais poliméricos obtidos a partir de matéria-prima de origem renovável tem ganhado notabilidade devido a crescente preocupação ambiental. Neste contexto, o ácido 10-undecenoico, o 1,3-propanodiol e o mirceno são matériasprimas de origem renovável, podendo ser empregados na síntese de monômeros e polímeros verdes. Estas matérias-primas apresentam potenciais aplicações pela possibilidade de funcionalização através das ligações duplas pendentes.
Neste trabalho, o ácido 10-undecenóico e o 1,3-propanodiol foram empregados como precursores para obtenção de um monômero de origem biológica cem por cento renovável através de diferentes reações de esterificação, sendo, Steglich, Fischer e enzimática. O monômero obtido foi purificado e caracterizado. Também, a polimerização via radicais livres do monômero de interesse obtido foi realizada com diferentes concentrações de iniciador AIBN em bulk. Assim, foi avaliado se o monômero de interesse pode ser mais bem utilizado como um comonômero em reações de copolimerização. A partir da utilização do Hp10e como co-monômero, os copolímeros P3Hp10e-MIR, P3Hp10e-STY e o terpolímero P3Hp10e-MIR-STY foram sintetizados via radicais livres.
O estudo da estabilidade térmica dos materiais obtidos foi realizado e o copolímero P3Hp10eSTY apresentou uma boa estabilidade térmica. A análise de TGA do terpolímero apresentou uma boa estabilidade térmica em comparação à dos homopolímeros avaliados. Os copolímeros foram submetidos a análise de ângulo de contato e quando copolimerizados com o co-monômero Hp10e, que apresenta um caráter mais hidrofílico, observou-se uma diminuição do valor de ângulo de contato em comparação aos polímeros puros. Neste trabalho, também foi estudada a polimerização do β-mirceno via radicais livres e a microestrutura 1,4 foi a obtida em maior quantidade em todas as condições de polimerização, seguido das microestruturas 3,4 e 1,2 em menores quantidades.
Também, foram sintetizados copolímeros a partir dos monômeros comerciais β-mirceno e estireno. A partir da conversão de cada componente do copolímero PMIR-STY por 1H-RMN infere-se uma maior reatividade do monômero mirceno em relação ao estireno. O estudo térmico realizado referente ao poliestireno, polimirceno e copolímero sintetizado revelou uma boa estabilidade térmica do copolímero PMIR-STY com valor próximo a temperatura de decomposição do poliestireno ≈450ºC. Como última etapa, os polímeros sintetizados foram avaliados quanto à sua molhabilidade e a análise de ângulo de contato indicou o comportamento hidrofóbico para o copolímero PMIR-STY, o qual pode ser empregado nas áreas de revestimentos, adesivos, fibras, filmes e plásticos de engenharia, espumas e componentes estruturais.
O estudo da síntese de copolímeros a partir de um monômero ecológico (β-mirceno) e de um monômero de origem fóssil (estireno) foi motivado na substituição ainda que parcial dos monômeros de origem fóssil, contribuindose para uma sociedade mais sustentável.”
Parabéns à pesquisadora Juliana da Silva Zanatta pela bem-sucedida defesa de sua tese de doutorado, e à equipe de orientação, pelo apoio e orientação dedicados ao longo deste processo.
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Defesa de Tese de Doutorado – Suellen Battiston
Publicado em 13/06/2024 às 11:34No dia 07/05/2024, a pesquisadora Suellen Battiston realizou a defesa de sua tese de doutorado, intitulada “Produção de Biogás: dessulfurização por microaeração e purificação com hidrogênio exógeno por eletrólise da água”, sob a orientação dos professores Dr. Ricardo Antonio Francisco Machado, Dr. Fabricio Luiz Faita e Dr. Odorico Konrad.
A seguir, apresentamos o resumo desta pesquisa.
“A produção de energia atualmente, em sua maior parte, advém de combustíveis fósseis, a utilização de fontes não renovavéis, além de serem limitadas, implicam na liberação de toneladas de gás carbônico, que está diretamente relacionado com o efeito estufa. Nesse conxtexto, a geração de biogás surge como uma alternativa de energia limpa e uma das ferramentas mais discutida nos últimos anos para emissões negativas de carbono. A utilização do biogás é bastante versátil e novas alternativas para aproveitamento do biogás precisam ser exploradas estrategicamente para consolidar o seu potencial e significado de geração de energia.
Nessa linha, o biometano, maior constituinte do biogás, pode se tornar um fornecedor e transportador de hidrogênio. Entretanto, as impurezas no biogás são um problema significativo afetando seu desempenho, sendo as duas principais impurezas o dióxido de carbono e o sulfeto de hidrogênio. Assim, a purificação do biogás com hidrogênio exógeno é promissora numa perspectiva de longo prazo, aumentando o teor de metano do biogás por meio da conversão do gás carbônico. Além disso, o hidrogênio utilizado seria uma forma de armazenar e transportar a energia excedente proveniente de usinas intermitentes.
Dessa forma, o presente estudo trabalhou com a purificação do biogás, avaliando desde o processo de dessulfurização por microaeração em plantas reais até o aumento do teor de biometano por meio da adição de hidrogênio exógeno. Com pequenas quantidades de ar ambiente adicionados aos biorreatores com capacidade volumétrica de 4000 m3 cada foi possível obter uma eficiência de 99,5% de remoção do sulfeto de hidrogênio, sem redução significativa do teor final de metano. A adição de hidrogênio exógeno, avaliada em escala laboratorial, também contribuiu com a purificação do biogás, aumentando o teor de metano em torno de 11% a 16% nos reatores que receberam hidrogênio. Para o fornecimento do hidrogênio aos biorreatores, avaliou-se o potencial das células fotoeletroquímicas, as quais vêm ganhando espaço na medida em que estudos são conduzidos para aumentar a eficiência da conversão.
Para tanto, nesse estudo sintetizou-se os materiais ferroelétricos KNbO3 e KBNNO com diferentes teores de dopagem, com objetivo de investigar as propriedades do grupo perovskita e avaliar a contribuição desses nas estruturas híbridas para formação de fotocatodos. Assim, em termos de desenvolvimento tecnológico esse trabalho contribuiu no campo das energias limpas, em especial o hidrogênio e o biogás, como alternativas para a transição energética.”
Parabéns à pesquisadora Suellen Battiston pela bem-sucedida defesa de sua tese de doutorado!
Um reconhecimento especial também à equipe de orientação, pelo apoio e orientação dedicados ao longo deste processo.
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Discente do LCP recebe premiação de melhor Pôster no 6th FBPOL
Publicado em 03/05/2024 às 10:38No período de 21 a 26 de abril, ocorreu em Florianópolis, o 6th French Brazilian Meeting on Polymers. Durante o evento, cientistas e engenheiros de universidades, indústrias e instituições governamentais se reuniram para trocar opiniões sobre os mais recentes desenvolvimentos, usos e aplicações de sistemas poliméricos.
Ao término do evento, a doutoranda Clara Dourado Fernandes foi reconhecida como destaque na categoria Pôster, com seu trabalho intitulado “Enzymatically synthesized polypropylene succinate (PPSG) as a green plasticizer in electrospun mats for enhanced soft tissue regeneration”.
O LCP parabeniza a pesquisadora e toda equipe envolvida na pesquisa.
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Dissertação desenvolvida no LCP é premiada no II CACENQ como um dos destaques de 2023
Publicado em 19/04/2024 às 14:27Além dos prêmios concedidos aos melhores trabalhos apresentados no II Congresso Científico Acadêmico do Programa de Pós-graduação em Engenharia Química (CACENQ), o evento também reconheceu três destacadas dissertações e teses defendidas em 2023. 7
A pesquisadora Yessica Alexandra Rodriguez Gaviria foi destacada por sua dissertação intitulada “Rótulos Inteligentes Contendo Antocianinas da Casca de Uva Nanoencapsuladas para Aplicação como Indicadores de Mudanças de pH“.
O LCP parabeniza a pesquisadora e toda a equipe envolvida nessa pesquisa.
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Discentes do LCP recebem premiação destaque por seus trabalhos apresentados no II CACENQ
Publicado em 17/04/2024 às 11:37No período de 08 a 12 de abril, ocorreu o II Congresso Científico Acadêmico do Programa de Pós-graduação em Engenharia Química (CACENQ). Este congresso, de acesso gratuito, atraiu participantes com vasta experiência em diversas áreas, oferecendo palestras, mesas redondas, minicursos e apresentações orais, incluindo a premiação dos melhores trabalhos em níveis de Doutorado, Mestrado e Iniciação Científica.
Ao término do evento, Heloisa Bremm Madalosso foi reconhecida como destaque na categoria de Doutorado, com seu trabalho intitulado “Unsaturated Copolyesters Bioconjugated with Collagen: a New Scaffold Platform for Bone Tissue Regeneration“.
Além disso, Vitor Conradi recebeu o destaque na categoria de Iniciação Científica, pela apresentação do trabalho “Laccase Immobilized on Polymeric Support with Core-shell Morphology“.
O LCP parabeniza calorosamente ambos discentes, assim como toda a equipe envolvida nestes significativos trabalhos de pesquisa.
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Defesa de Tese de Doutorado – Joceane Azolim
Publicado em 21/02/2024 às 09:47No dia 08/02/2024, a pesquisadora Joceane Azolim realizou a defesa de sua tese de doutorado, intitulada “Avaliação da Biodegradabilidade em Lodo Ativado, Degradação Enzimática e Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) de Materiais Poliméricos Obtidos de Fontes Renováveis“, sob a orientação das professoras Dra. Cristiane da Costa e Dra. Camila Michels.
A seguir, apresentamos o resumo desta pesquisa.
“A crescente preocupação com os problemas ambientais relacionados aos polímeros derivados do petróleo, cuja origem é limitada, justifica o interesse gradativo no uso de polímeros obtidos de fontes renováveis. Estes materiais evidenciam-se por serem uma alternativa ambientalmente correta aos polímeros de procedência petroquímica. Muitos deles também apresentam propriedades que os tornam suscetíveis a ataques microbianos por meio do processo de biodegradação, resultando em um descarte seguro ao ambiente. Neste contexto, a utilização de testes de laboratório para medir a biodegradabilidade e a aplicação de metodologias de avaliação de desempenho ambiental de novos polímeros sintetizados é de imprescindível importância.
Dessa forma, o principal objetivo deste trabalho foi avaliar a biodegradabilidade em lodo ativado, a degradação enzimática e o ciclo de vida dos polímeros poli(diundec-10-enoato de dianidro-D-glucitila/1,4-butanoditiol) ou poli(DGU-BDT) (P1) e poli(1,3-propileno diundec-10-enoato/1,4-butanoditiol) ou poli(PDE-BDT) (P2) obtidos de fontes renováveis (amido e bioglicerol). Para tanto, utilizou-se o método respirométrico – sistema Oxitop, que mede a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), o teste de degradação enzimática por perda de massa e a metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), utilizando o software OpenLCA para quantificar os impactos e aspectos ambientais da produção destes materiais. Além disso, foram realizadas análises GPC, FTIR e DSC antes e após os ensaios de biodegradação, a fim de verificar suas propriedades, como massa molar, grupamentos químicos e comportamento térmico.
Os resultados do teste de biodegradabilidade em lodo ativado mostraram um baixo percentual de biodegradação, em torno de 13% para P1 e 4% para P2, em relação ao controle do procedimento (amido) que alcançou 79% e 64%. No entanto, o poli(PDE-BDT) foi considerado uma substância inibidora de biodegradação. Já os resultados do teste de degradação enzimática seguido de biodegradação mostraram um aumento do percentual em relação ao experimento inicial, alcançando 30% e 17%. Destaca-se que a degradação enzimática apresentou uma perda de massa considerável para P1 e P2, em torno de 32% e 12%, em relação ao meio PBS sem enzima que atingiu 0,5% e 1%. Os espectros de GPC, FTIR e GPC dos materiais também apresentaram significativas mudanças, principalmente o surgimento de novos grupamentos químicos.
Na ACV, as três categorias de impacto mais relevantes para P1 e P2 foram a ecotoxicidade terrestre, o aquecimento global e a toxicidade humana não carcinogênica que contribuem com os potenciais danos à litosfera, o aquecimento global e os possíveis danos à saúde humana. Já os aspectos ambientais de maior contribuição foram a eletricidade (79,3- 97,4% e 78,80-98,40%), o monômero DGU e PDE (2,38-20,4% e 1,18-20%), o 1,4- butanoditiol (0,06-0,38% e 0,11-0,71%). Por fim, na comparação entre os materiais, o P2 apresentou menores impactos em todas nas categorias de impactos avaliadas, garantido uma produção mais sustentável em relação ao P1”.
Parabéns à pesquisadora Joceane Azolim pela bem-sucedida defesa de sua tese de doutorado!
Um reconhecimento especial também à equipe de orientação, pelo apoio e orientação dedicados ao longo deste processo.
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Defesa de Tese de Doutorado – Arthur Poester Cordeiro
Publicado em 19/12/2023 às 10:48No dia 14/12/2023 o pesquisador Arthur Poester Cordeiro defendeu sua Tese de Doutorado intitulada “mRNA Encapsulation in Lipid Nanoparticles Formulations for Macrophage-Based Immunotherapy and Pulmonary Lung Delivery”.
Resumo: “Nas últimas décadas, o uso de agentes terapêuticos baseados em ácidos nucleicos tem sido amplamente investigado para o desenvolvimento de terapias genéticas, tornando-se uma estratégia interessante para o tratamento de diversos tipos de doenças pulmonares, desde condições hereditárias até câncer. A imunoterapia pode ser feita pela modulação de células do sistema imunes inato, como os macrófagos. A administração de mRNA requer um transportador apropriado capaz de evitar sua degradação, e garantir sua expressão sem gerar efeitos colaterais indesejados.
Nesse contexto, as nanopartículas lipídicas (NPLs) são atualmente a melhor plataforma aprovada pela FDA para a administração in vivo de mRNA. No entanto, para maximizar ainda mais os benefícios das terapias baseadas em mRNA, é preferível direciona-las diretamente ao local-alvo específico. Assim, o objetivo deste trabalho foi propor uma formulação de NPLs para a encapsulação de mRNA e investigar o uso dessas NPLs para a entrega pulmonar de medicamentos como ferramenta de imunoterapia baseada em macrófagos.
Duas formulações à base de lecitina foram investigadas para a encapsulação do mRNA-Revilla em emulsão dupla água/óleo/água (A/O/A) usando duas abordagens diferentes de emulsificação ultrassônica. Ambas as formulações e abordagens de emulsificação permitiram a produção de NPLs submicrométricas estáveis e capazes de encapsular a molécula de mRNA. A presença de cera de abelha na formulação promoveu a inibição completa de células HEK 293T nas concentrações testadas. A formulação composta apenas por lecitina de soja e Crodamol mostrou-se o sistema de entrega de mRNA mais promissor, com uma eficiência de encapsulação de 31% e com baixos níveis de citotoxicidade em células Vero.
No entanto, a expressão de mRNA em células HEK 293T não foi detectada usando o sistema de entrega a base de lecitina de soja e Crodamol. A aplicação de ultrassom com uma sonda invertida para promover a emulsificação não comprometeu a integridade do mRNA. Dessa forma, lecitina de soja e Crodamol têm o potencial de serem usados como formulação alternativa para a encapsulação e entrega de mRNA. Em seguida, oito formulações diferentes de NPLs contendo mRNA-FLuc foram preparadas pela técnica de autoagregação por adição gota-a-gota, e avaliadas para a entrega direcionada de mRNA a macrófagos.
Todas as formulações apresentaram tamanho submicrométrico, estabilidade coloidal e níveis de encapsulamento acima de 80%. A mistura lipídica provou ser um aspecto crucial na entrega e expressão do mRNA, impactando o nível de bioluminescência in vitro das células RAW 264.7 e K7M2. A combinação de SM-102, DOPE e β-sitosterol teve o melhor nível geral de transfecção em células de macrófagos. Finalmente, formulações de NPLs de autoagregação contendo mRNA-FLuc foram preparadas pelo método de microfluídica, o que impactou significativamente o tamanho das NPLs, atingindo um nível de encapsulamento de 90%l.
A entrega pulmonar in vivo da formulação composta por DLin-MC3-DMA/DSPC/colesterol/DMG-PEG carregada com mRNA-FLuc foi investigada em camundongos Balc/c, com a expressão de mRNA-FLuc apresentando um pico de bioluminescência após 6 h. O rastreamento das NPLs usando o corante DiD revelou sua presença in vivo e ex vivo nos pulmões, assim como no fluido de lavagem broncoalveolar (BALF). No entanto, mesmo sendo observada in vivo e ex vivo nos pulmões, a expressão de mRNA-FLuc não foi detectada no BALF.
Assim, as NPLs são uma estratégia promissora para promover a entrega direta de mRNA aos pulmões, e o ajuste da formulação lipídica pode ser usado para direcionar as NPLs aos macrófagos, para o desenvolvimento de uma ferramenta de imunoterapia.”
Nossos Parabéns ao Novo Doutor e aos orientadores da pesquisa!
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Defesa de Dissertação de Mestrado – Yessica Alexandra Rodriguez Gaviria
Publicado em 15/12/2023 às 16:50No dia 12/12/2023 a pesquisadora Yessica Alexandra Rodriguez Gaviria defendeu sua Dissertação de Mestrado intitulada “Rótulos Inteligentes Contendo Antocianinas da Casca de UvaNanoencapsuladas para Aplicação como Indicadores de Mudanças de pH”.
Resumo: “As antocianinas (ACNs) são um pigmento natural responsável pelas cores vermelhas, azuis e roxas em muitas frutas e vegetais como, por exemplo, uva, açaí, jambolão, berinjela e batata roxa. Estes compostos têm diversas aplicações na indústria de alimentos devido às suas propriedades de pigmentação e benefícios para a saúde, porém, são consideradas relativamente instáveis e podem degradar-se facilmente em determinadas condições. Alguns fatores que podem contribuir para a instabilidade das antocianinas incluem pH, temperatura, luz e oxigênio. Uma forma de estabilizá-las é através da sua encapsulação.
Assim, neste trabalho foram encapsuladas antocianinas (ACN-NPs) da casca de uva Isabella em nanopartículas de quitosana, e estas foram incorporadas em rótulos inteligentes à base de poli(vinil álcool) (PVA), utilizados como indicador de mudanças de pH em camarão fresco. As ACNs foram extraídas da casca de uva pelo método de extração sólido-líquido. O solvente utilizado foi uma solução aquosa acidificada (0,35 % de ácido clorídrico) de pH final igual a 1,15. A extração foi realizada em shaker a 40 °C por 80 min.
Os ensaios de nanoencapsulação foram realizados para proporções em massa de quitosana (CS) e tripolifosfato de sódio (TPP) iguais a 1:0, 5, 1:0, 6 e 1:0, 7. As caracterizações das nanopartículas foram feitas pela avaliação do tamanho de partícula, estabilidade, eficiência de encapsulação (EE), estrutura e composição. Os rótulos foram produzidos pela técnica casting, analisados e aplicados em camarão refrigerado, com a objetivo de avaliar a possibilidade de aplicação em alimentos. O extrato obtido apresentou coloração roxa intensa, com quantidade de ACNs totais de 3052,05 ± 39,79 mg/100 g de casca seca.
Das diferentes relações CS:TPP (m/m) estudadas a melhor foi 1:0, 5, devido a sua estabilidade ao longo do tempo, apresentando uma EE de 59, 8 % e tamanho de partícula de 291 ± 4, 50 nm. A interação entre as ACNs e a quitosana é medida por meio de ligações de hidrogênio, que indicaram sucesso na encapsulação do extrato de uva. Os resultados dos rótulos revelaram que não houve diferença significativa (𝜌>0.05) na cor dos rótulos com ACNs livres em comparação com o rótulo contendo ACNs encapsuladas; as micrografias do SEM mostraram que todos os rótulos eram homogêneos e compactos; a presença de ACNs não alterou a umidade; a espessura aumentou com a presença de ACNs nos rótulos; as avaliações de sensibilidade à pH e amônia mostraram a eficiência de mudança de cor dos rótulos.
O teste de fotodegradação à luz, mostrou que a incorporação de ACNs encapsuladas nos rótulos teve um efeito protetor sobre as antocianinas contra os tratamentos de calor e luz e ajudou a preservar a cor original do rótulo. Finalmente, o teste de aplicação do rótulo contendo ACNs encapsuladas mostrou ter potencial para detectar alterações na qualidade dos alimentos.”
Nossos Parabéns a Nova Mestra e aos orientadores da pesquisa!
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Defesa de Dissertação de Mestrado – Ígor Henrique de Mello Rodrigues Ciolin
Publicado em 15/12/2023 às 16:35No dia 11/12/2023 o pesquisador Ígor Henrique de Mello Rodrigues Ciolin defendeu sua Dissertação de Mestrado intitulada “Crosslinked Gelatin Nanocarriers for Hydrophilic Drugs”.
Resumo: “A gelatina é um biopolímero natural hidrofílico obtida a partir da hidrólise do colágeno e amplamente utilizada como parte na síntese de dispositivos biomédicos, principalmente, por sua biodegradabilidade, biocompatibilidade e baixa toxicidade. Entretanto, devido a sua pobre resistência mecânica e baixa estabilidade térmica tem sido usualmente modificada para fins biomédicos específicos. A rica cadeia de aminoácidos e a presença de grupos funcionais diversos permite a síntese de biomateriais com características desejáveis e propriedades aprimoradas.
Neste sentido, os poli(β-aminoésteres), PBAEs, tem emergido como um valioso nanocarreador (NC) de fármacos por aumentar a permeabilidade a membranas e devido as características inerentes às aminas terciárias e aos ésteres, como capacidade pH-responsiva e biodegradabilidade. Portanto, neste estudo, objetivou-se a síntese de nanopartículas (NPs) hidrofílicas, biocompatíveis e biodegradáveis, “acriladas” e/ou reticuladas para servirem como NCs de fármacos também hidrofílicos em aplicações biomédicas.
Para tanto, nanogéis e hidrogéis de PBAEs à base de gelatina modificada foram sintetizados e caracterizados. A reação de adição de aza-Michael foi empregada para desenvolver os hidrogéis utilizando 1,4-butanodiol diacrilato como reticulante em solução. As GNPs “acriladas” e/ou reticuladas foram preparadas via polimerização interfacial com o mesmo reticulante em miniemulsão inversa e/ou seguida de fotopolimerização por radicais livres, utilizando-se um fotoiniciador.
A gelatina pura foi caracterizada quanto ao peso molecular (GPC e SLS), propriedades físicas, térmicas e grupos amino primários livres (ensaio com TNBS). Os hidrogéis sintetizados foram caracterizados por FTIR, DRX, TGA, DSC, grau de modificação (), razão de intumescimento e pela teoria de Flory-Rehner, já para as GNPs, avaliou-se o tamanho de partícula e índice de polidispersão, potencial zeta, , eficiência de encapsulação e morfologia. A gelatina possui peso molecular em torno de = 539.127 g∙mol-1 e ε = 0,305 mmol de lisina∙ggelatina-1. Hidrogéis com entre 26,4 e 62,9% foram obtidos e a incorporação do reticulante foi verificada pelos espectros de FTIR e DRX. Em relação à gelatina pura, a estabilidade térmica dos hidrogéis apresentou ligeira redução para as formulações com maiores , sendo este comportamento, atribuído ao efeito plastificante do reticulante utilizado. Foi observado um aumento na razão de intumescimento e no tamanho da malha da rede com o aumento do .
Adicionalmente, para as GNPs foram obtidos entre 45,6 e 70,4% e partículas com diâmetros médios entre 185 a 202 nm e distribuição de tamanhos estreita (PDI < 0,2). Para as GNPs redispersas em diferentes pH e a 37 ºC, os potenciais zeta negativos foram associados à contribuição de diversos efeitos observados. A máxima eficiência de encapsulação nas GNPs redispersas foi de 34,5% com 11,2 μgDOX∙gpolímero-1 encapsulada. Estruturas aproximadamente esféricas com diâmetro médio de 499,3 ± 178,5 nm foram observadas pela microscopia eletrônica de transmissão.
O estudo de fluorescência por microscopia óptica confirmou o encapsulamento da DOX, no entanto, não foi possível obter informações conclusivas a respeito do encapsulamento e liberação do fármaco a partir da microscopia confocal. Contudo, hidrogéis e nanogéis com propriedades ajustáveis foram desenvolvidos como potenciais plataformas biocompatíveis e biodegradáveis para o encapsulamento e entrega de fármacos hidrofílicos para fins biomédicos”.
Nossos Parabéns ao Novo Mestre e aos orientadores da pesquisa!
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Doutoranda do LCP é premiada por melhor trabalho na área de Transição Energética e Desfossilização no 24° Congresso Brasileiro de Engenharia Química
Publicado em 06/10/2023 às 13:26Entre os dias 01 e 04 de outubro de 2023 aconteceu, na cidade de Salvador, o 24° Congresso Brasileiro de Engenharia Química (COBEQ), onde participaram diversos professores e alunos de pós-graduação do LCP.
Dentro do tema de Transição Energética e Desfossilização, que foi a temática central do congresso, a doutoranda Luisa Fusinato Isago apresentou oralmente a pesquisa desenvolvida em sua dissertação de Mestrado, tendo como título “Monólitos porosos de Si(Co)N e Si(Co)C como suportes catalíticos para reação de hidrólise de borohidreto de sódio”.
Neste trabalho foram produzidas cerâmicas derivadas de polímeros (PDCs) dopadas com cobalto (Co), com o objetivo de serem utilizadas como suportes catalíticos na reação de hidrólise do borohidreto de sódio, enfatizando a geração de hidrogênio verde. Ao final, cerâmicas porosas dopadas com cobalto foram preparadas pela rota PDC, resultando em nanocatalisadores. Os materiais obtidos foram avaliados na hidrólise de uma solução aquosa alcalina de borohidreto de sódio a 40 °C e uma considerável taxa de produção de hidrogênio foi obtida para ambos materiais, destacando-se o proveniente do silazano PHPS.
Por esta apresentação, a doutoranda Luisa foi premiada como destaque científico desta temática.
Parabéns a todos envolvidos nesta pesquisa!
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Defesa de Dissertação de Mestrado – Thaiane Andrade Cruz
Publicado em 22/09/2023 às 09:37No dia 21/09/2023 a pesquisadora Thaiane Andrade Cruz defendeu sua Dissertação de Mestrado intitulada “Evaluation of Thermal and Catalytic Pyrolysis of Hardwood and Softwood Kraft Lignin”.
Resumo: “Nesta pesquisa, o papel dos processos de degradação térmica e catalítica da valorização da lignina como uma alternativa sustentável para substituir recursos fósseis no setor energético e na produção de produtos químicos de valor agregado, foi explorado. A lignina, um polímero aromático complexo composto por unidades guaiacil, siríngil e p-hidroxifenil, oferece caminhos promissores para a geração de compostos aromáticos oxigenados e aromáticos. No entanto, sua diversa composição estrutural pode influenciar significativamente a composição dos produtos.
Foram realizadas a pirólise térmica de dois tipos distintos de lignina Kraft, derivados do Eucalyptus spp e do Pinheiro, como hardwood e softwood, respectivamente, a três temperaturas (500, 600 e 700 °C) usando um reator de leito fixo. Foi empregada uma análise abrangente, incluindo análises próximas e últimas, FT-IR, TGA/DTG com deconvolução, ss-NMR e GC-MS para caracterizar as propriedades físicas e químicas das ligninas e avaliar a distribuição dos produtos no bio-óleo e bio-carvão.
Destaca-se, entre os resultados, o papel crítico do grupo metoxila (-OCH₃) na pirólise da lignina e a prevalência da decomposição do guaiacol como uma via proeminente para a geração de hidrocarbonetos aromáticos e aromáticos oxigenados, com a hardwood favorecendo a produção de siringol. O conteúdo de grupo metoxila afetou os rendimentos dos produtos: a lignina softwood apresentou um rendimento de bio-carvão mais elevado (14-18 wt.%), enquanto a lignina hardwood exibiu um rendimento de gás mais elevado (13-22 wt.%). A produção de bio-óleo também foi afetada pela temperatura, responsável por converter fenóis do tipo S em fenóis do tipo G, monofenol ou catechol em temperaturas mais elevadas. Essa conversão aumenta a produção de bio-óleo, explicando o maior rendimento da lignina hardwood a 700°C (14,74 wt. %) e da lignina softwood a 500°C (14,59 wt. %).
O estudo também investigou a conversão termoquímica catalítica da lignina usando um catalisador comercial, como o ZSM-5. Dada sua complexidade estrutural, a fonte de lignina torna-se um fator crucial na composição do produto. Para avaliar as propriedades do catalisador, foram realizadas análises BET e BJH, análises X e FT-IR de piridina, seguidas de TGA/DTG acopladas com deconvolução para avaliação da degradação catalítica. Uma análise de covariância também foi empregada para avaliar as dependências funcionais entre vários fatores que afetam os rendimentos dos produtos.
A pirólise térmica revela que o bio-óleo da lignina softwood apresentou maiores quantidades de compostos do tipo guaiacol, juntamente com certos hidrocarbonetos aromáticos e aromáticos policíclicos. Por outro lado, a lignina hardwood produziu maiores quantidades de compostos do tipo siringol. Em ambos os casos, as temperaturas elevadas resultam no aumento da produção de cetonas, sendo este o componente predominante do produto líquido. As principais descobertas revelaram o potencial do ZSM-5 na redução do conteúdo de oxigênio na composição do bio-óleo.
No entanto, a fonte de lignina foi o fator predominante na formação dos componentes não oxigenados, particularmente aromáticos (BTX). Por exemplo, o bio-óleo da lignina softwood/ZSM-5 continha maiores quantidades de aromáticos devido à decomposição do guaiacol, enquanto o bio-óleo da lignina hardwood apresentou um aumento em aromáticos oxigenados. No geral, os compostos oxigenados no bio-óleo da lignina hardwood diminuíram apenas 3,7%, enquanto os compostos não oxigenados aumentaram 1%. Em contraste, os compostos oxigenados diminuíram cerca de 52% e os compostos não oxigenados aumentaram 41,6% no bio-óleo da lignina softwood. Portanto, o ZSM-5 exibiu uma maior afinidade pela softwood do que pela hardwood.
Este trabalho destacou a lignina como uma promissora fonte renovável para aplicações energéticas e químicas, oferecendo informações valiosas para a otimização do processo e seleção do catalisador, visando soluções sustentáveis baseadas em lignina.”
Nossos Parabéns a Nova Mestra e aos orientadores da pesquisa!
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Defesa de Dissertação de Mestrado – Luisa Isago Fusinato
Publicado em 19/09/2023 às 14:06No dia 18/09/2023 a pesquisadora Luisa Isago Fusinato defendeu sua Dissertação de Mestrado intitulada “Cobalt Doped Si-Based Polymer-Derived Ceramics for Sodium Borohydride Hydrolysis”.
Resumo: “No contexto da transição energética e dos esforços para a descarbonização da economia, o hidrogênio (H2) destaca-se como um vetor energético altamente versátil. Dentre os materiais de armazenamento de hidrogênio, os hidretos metálicos surgem como uma opção viável devido à sua alta capacidade de armazenamento de hidrogênio. Notavelmente, o borohidreto de sódio (NaBH4) se destaca como um hidreto metálico proeminente. Tradicionalmente, metais nobres têm sido empregados como catalisadores para liberação de hidrogênio de NaBH4 devido à sua alta eficiência. No entanto, estes metais são raros e caros, o que levou a uma maior atenção nos últimos anos para os metais de transição.
Entre os catalisadores à base de metais de transição, os à base de cobalto são altamente atrativos devido à sua alta atividade e baixo custo. A hidrólise do NaBH4 é considerada severa em termos de condições químicas, levando à deterioração estrutural de muitos suportes catalíticos. Assim, o desenvolvimento de suportes catalíticos que possam suportar tais condições sem perder a atividade catalítica, preferencialmente com possibilidade de recuperação para reutilização, tem sido um desafio recente.
Cerâmicas avançadas, particularmente aquelas produzidas através da rota Polymer-Derived Ceramic (PDC), são candidatas proeminentes no campo de suportes catalíticos. Utilizando esta rota é possível obter materiais onde a estrutura do silício pode ser dopada com nanocristais metálicos para atuarem como catalisadores, apresentando uma abordagem promissora na área de suportes catalíticos.
Neste estudo, foram desenvolvidos três materiais cerâmicos derivados de polímeros dopados com cobalto. Utilizou-se cloreto de cobalto (II) como precursor metálico e três polímeros pré-cerâmicos: alilhidridopolicarbosilano (AHPCS), peridropolissilazano (PHPS) e poli(metilvinil)silazano (HTT). A caracterização dos materiais foi feita por análises de TGA, FTIR, XRD e XPS.
Os resultados mostraram que cerâmicas à base de silício dopadas com cobalto foram obtidas com sucesso pela rota PDC. Os materiais produzidos foram testados na reação de hidrólise de borohidreto de sódio para avaliar sua atividade catalítica, resultando em taxas variadas de geração de hidrogênio nas quatro temperaturas testadas. Os valores variaram de 34 a 7.641 mL min-1 gcat-1, com o melhor resultado sendo de 7.641 mL min-1 gcat-1 para o catalisador PHCo2.5 testado a 353 K, sendo este um valor muito promissor.
Além disso, este catalisador passou por testes contínuos de reutilização, apresentando resultados muito interessantes. Após quatro ciclos de uso contínuo, foi observada apenas uma diminuição de 26% na conversão de NaBH4. O catalisador foi então lavado com água deionizada e submetido novamente à reação de hidrólise, resultando em uma diminuição de 29% na conversão após quatro ciclos.
Estes resultados demonstram que os materiais produzidos têm potencial para serem explorados como suportes catalíticos para a reação de hidrólise do borohidreto de sódio, apresentando resultados muito promissores em termos de taxa de geração de H2 e também em termos de possibilidade de reuso. Espera-se que este trabalho possa contribuir para o desenvolvimento de novas tecnologias no contexto de um futuro baseado em fontes de energia limpas e em vetores energéticos renováveis como o hidrogênio.”
Nossos Parabéns a Nova Mestra e aos orientadores da pesquisa!