Defesa de Dissertação de Mestrado – Bernardo Lyra Jucá Duarte Silva

20/10/2025 14:05

No dia 13/10/2025, o pesquisador Bernardo Lyra Jucá Duarte Silva realizou a defesa de sua dissertação de mestrado, intitulada “Reaproveitamento de Resíduos de Poli(Tereftalato de Etileno) para a Síntese de Membranas Voltadas ao Tratamento de Águas Residuais, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª  Cintia Marangoni.

A seguir, o resumo desta pesquisa.

“A destinação inadequada do poli(tereftalato de etileno) (PET) tem gerado preocupações por conta de sua lenta degradação no meio-ambiente. As propriedades que permitem que o resíduo de PET persista diante do intemperismo também o tornam um ótimo candidato para a fabricação de membranas utilizadas em processos de separação. No entanto, os estudos envolvendo a utilização do PET pós-consumo para a produção de membranas concentram-se no reaproveitamento de garrafas, deixando de lado os resíduos de PET têxtil ou aqueles de coloração inconvencional, que durante a cadeia de reciclagem costumam ser separados durante as etapas de triagem e encaminhados a incineração ou a aterros sanitários. Assim, este estudo sintetizou membranas microporosas de PET a partir de diferentes tipos de resíduos coloridos, incluindo garrafas, cordas e têxteis, por meio da metodologia de inversão de fases induzida por não solvente (NIPS).

As membranas foram caracterizadas por espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier e reflectância total atenuada (ATR-FTIR), índice de cristalinidade, ângulo de contato, porosidade, potencial zeta de superfície, fisissorção de N₂ e pressão de entrada de líquido. O desempenho no processo de destilação por membranas a vácuo (DMV) foi avaliado em relação ao fluxo de água pura e à remoção de corante. A diferença entre o grau de processamento e a coloração das matérias-primas não produziu alterações na composição química das membranas.

O comportamento térmico indicou uma cristalinidade mais alta por parte dos resíduos têxteis e aqueles que já haviam passado por um ciclo de reciclagem, ou reprocessamento, antes da NIPS. As membranas exibiram uma hidrofilicidade moderada (55 à 78°C), porosidade em uma faixa controlada (60,92 à 72,77%), alta resistência mecânica (LEP > 6 bar) e uma carga superficial predominantemente negativa a partir do pH 4. A análise das isotermas de fisissorção de N₂ indicou a presença de poros pouco interconectados e com diâmetro médio reduzido (7,21 à 10,78 nm).

O fluxo de água pura variou consideravelmente entre membranas, e valores considerados satisfatórios para a aplicação em DMV foram observados. A análise do permeado por espectroscopia UV-Vis demonstrou que as membranas produzidas a partir de resíduos coloridos não representam risco de contaminação por corantes. As membranas utilizadas nos testes com o efluente sintético apresentaram uma rejeição de corante de 100%.

Os resultados sugerem que os resíduos têxteis de PET reciclado apresentam um grande potencial como matéria-prima para a fabricação de membranas, e revelam a metodologia NIPS como uma alternativa inovadora para a valorização de resíduos de PET que dispensa etapas prévias de descoloração.”

 

Parabéns ao pesquisador Bernardo Lyra Jucá Duarte Silva pela bem-sucedida defesa de sua dissertação de mestrado!